quinta-feira, 28 de abril de 2011

É...




Pediram para que eu escreva como me sinto, perguntei e duvidei...
Escrever como me sinto, penso, ou vejo?

Antes de tudo, teria de sentir alguma coisa que não esse profundo vazio, cinismo mudo, estranha solidão e gritante desespero de não conhecer o significado de uma vida por menor que ela seja.

Escravizo-me e não tenho sentido boas coisas.
Me persegue a estranha mania de observar essa vida passar enquanto todos a "vivem".
Eu apenas observo de longe, talvez até como um fantasma... Não por desleixo, mas pela ausência de qualquer significado que a mesma deveria ter sobre mim.
Aquilo que realmente deveria falar, ainda não sei...
Não compreendo o porque de ainda tentar, tendo em vista que durante toda a vida fui cercada de pessoas cujo único objetivo era o de me desafiar e duvidar da minha capacidade fisíca-moral-social.
Sobretudo, quem teve em toda essa história o papel mais patético e nojento?
As pessoas, por duvidarem... Ou eu mesma por não desapontá-las?
Sabe, seria fácil mostrar-lhe se fosse meu o dom de fazer com que outras pessoas enxerguem através de meus olhos as coisas que tenho visto, vivido  e sentido...
 Eu apenas abafo, guardo, escondo.
Porque constantemente duvido dessa ultima capacidade, a de pensar...
Após tantos anos levando a vida que levo, eu apenas espero...
Dor, razão, ou emoção alguma me comove mais e dentro de minhas palavras eu sou um ser intocável.
Penso, "pessoas não deveriam existir, apenas vozes e palavras" Pois estas sim são verdadeiramente belas e realisticamente falando as únicas coisas boas que venho carregando comigo e vão permanecer além da minha própria existência, até o fim.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

I exist...





No final, só você por aqui... Fico me perguntando, porque será que só restou você, e ainda que ninguém espere nada de nós, talvez um, dois, ou até três pontos finais ainda não sejam o suficiente. É certo que nós precisamos de uma história, nós precisamos de algo mais... 

Confesso que de repente me descobri humana, propensa a falhas e enganos, tenho medo.
Sem você vejo o mundo numa perspectiva diferente; tudo é tão frio e normal como nunca, nada tem fugido à regra, será isso realmente tudo de que precisamos? Acordar e perceber que estamos fadados a uma existência medíocre, simples, sem nada de amores, aventuras, castelos e princesas ou tudo o mais que me prometeram os bons livros de minha infância...

E se desejasse apagar o que quer que fosse e construir meu próprio caminho, algo espetacular, isso seria desejar mais do que se merece? 

Acordo e nada tem acontecido, isso me aborrece, é chato, igual, objetos de sempre ao meu redor, o vazio sem você que persegue... A falta de algo pela qual eu possa orgulhar-me de mim mesma, também...

Imagino a morte, o futuro, o depois. Previsível. É de se imaginar que nunca chego a firmar uma conclusão, logo eu... Aquela que jamais obtivera as melhores notas, nunca tivera uma compreensão das coisas à sua volta acima da média. Me porto como uma tola. Detentora de diversos hábitos irregulares pela qual possa ser interpretada como péssimo exemplo a ser seguido.

Sinto deveras pena dessa condição humana de condenado, você não entende os motivos pela qual eu tenho empenhado minhas noites de sono nesse propósito sem sentido de entender como se passam as coisas que, penso eu, me aguardam... Não tens os mesmos interesses que eu, nem as mesmas objeções e isso me desperta a curiosidade...

Eu sinto uma motivação de compartilhar coisas contigo que são incompreensíveis aqui dentro do meu eu, na esperança de que você entenda e possa me apontar um caminho...
Dizem que sou louca, penso que loucos são àqueles que não observam à sua volta, aqueles que nunca se questionam sobre algo que não possam compreender.