sábado, 30 de agosto de 2014

Diário de uma banana

Hoje uma amiga me mandou uma música linda.
Era uma daquelas noites frias em que eu queria estar falando contigo, te fazendo rir.
Desceu a saudade que tava há dias entalada na garganta, toda de uma vez e pingou gota a gota na minha camisa vermelha.
Chorei.
Vi umas fotos, li algumas conversas e não me achei idiota por isso, eu já não luto contra.
Foi triste como lembrar de um ente muito querido que já morreu e a gente nunca mais vai ver, conversar.
Espantou meu sono e eu disse pra mim mesma:
- É vazio né?
É,  mas a gente acostuma, eu acho...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

De Fênix


Sou uma sonhadora de primeira categoria, lide com isso.
Há dias que me começam às seis, alguns diriam que sou obscura.
Eu vejo um prego na parede,  revistas espalhadas pelo chão e me incomoda se nada muda.
Se me vejo menina consigo tocar o céu, ler estrelas.
Eu sou vulcão além de mulher.
Sinto que estou caindo, e desejo a morte em lugar de espaçados vazios de eternidade.
Mas sinto em tudo que deveria ficar, distribuir um punhado de pele, carregando no peito a esperança de germinar, de novo.
E de novo voltar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Resistance

Ela é incrível, no entanto eu nunca sei como dizer o quanto e parecer sincera.

Já aconteceu com você, existir alguém que te fizesse esquecer de respirar? Alguém que te fizesse ter medo do futuro caso resolvesse partir?

É uma dessas garotas uma em um milhão, que provocam faíscas e te viram do avesso em um olhar, seu amor é tóxico, queima no ar.

Digo, ela sabe como rir e me falar coisas doces, voa com as palavras e as vezes com uma sílaba me faz sentir fisgadas no estômago.

Uma puta mulher de all star, cheia de boas intenções na mochila e de coragem suficiente pra me enfrentar.

Agora ela se foi, antes de eu poder dizer como me deixava uma tarde inteira com aquele sorriso LOUCO  no rosto, um daqueles arrasa - quarteirão que todos conseguiam ler porque tinha seu nome e sobrenome cravados lá.

E eu que nunca soube como dizer nada sem parecer envergonhada, queria que ela soubesse sem duvidar, nunca dormi sem querer pelo menos um pouquinho seu rosto perto de mim.

Então, porque?

E como poderia ser diferente? Ela trazia no rosto uma expressão despreocupada que sempre dizia "vou te machucar".

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Hey!

Bom dia, lucy

Vou te chamar assim porque, bem não sei mas acho que você poderia ser qualquer coisa, qualquer pessoa.

Você já teve um dia ruim? Digo, um verdadeiro dia ruim daqueles que a gente sempre deseja que alguém nos salve?

Não entendo, mas fico repassando o filme na minha cabeça de todas as escolhas erradas,  sei que devia crescer mais rápido, que deveria esquecer, mas algo aqui dentro não me deixa, ou talvez seja apenas mais uma escolha ruim.

Se eu conseguir ir até o fim desse dia sem cicatrizes ou algo mais, talvez a gente devesse se encontrar pra comer uma torta e tomar um café na esquina.
Depois eu poderia te deixar na porta de casa e ir embora, mas sem vontade de ir realmente.

Talvez chovesse e você me pedisse pra entrar, iríamos escutar sua coleção de vinil até alguém reclamar da bagunça.
Seria divertido, nos vemos logo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Eu escrevo
Tu escreves
Ela escreve
Nós escrevemos
Vós escreveis
Eles escrevem
Alguém lê
E assim fazemos história.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A primeira vez sobre mim.

Hoje o dia amanheceu nublado, numa cor de cinza que eu acho super confortável, acho que foi um bom sinal.
De todas as pessoas que mais pensam no mundo tenho certeza plena de que eu fico no ranking das dez primeiras, e é o que eu estava fazendo.
Não tenho muita idéia de como começar a escrever uma coisa sobre mim de modo tão despreocupado, mesmo que a escrita seja metódica.
Mas bem, sempre que leio algo sobre pessoas que tem uma "iluminação" elas dizem sobre como estavam numa situação complicada da vida, e como tudo aconteceu num momento em que estavam fazendo algo completamente banal como no banho por exemplo...
Não sei o que aconteceu muito bem, mas é certo que a gente precisa passar algumas coisas pra descobrirmos sozinhas que ainda tem solução.
O primeiro pensamento de verdade foi sobre como eu não queria que o meu trauma afetasse minha relação com pessoas de quem eu gosto bastante, e como eu não quero que o sofrimento a que fui vítima defina quem eu sou  perante este planeta de tantas possibilidades.
Quando a gente cresce sem muito amparo ou alguém pra te mostrar uma direção,  valores e etc a gente não amadurece como deveria, custamos a aprender coisas simples como ter confiança, amar alguém.
Coisas bem básicas pra alguns.
Mas essa coisa toda não me define, e infelizmente era somente esse pior lado que eu havia mostrado as pessoas ao meu redor, o que não significa que eu não as ame.
É que o ser vivo tem essa coisa de repetir um padrão,  e é o que eu estava fazendo.
Só que não dá pra continuar achando que eu sou um fracasso e ficar assim, ou continuar exigindo que outras pessoas me amem, que gostem de mim quando nem eu mesma gosto das coisas que sinto ou do que vejo no espelho.
Quando a gente é forçado por todos os meios a acreditar que não somos capazes de receber amor, alguma coisa grave acontece,  te modifica em tudo e na forma de enxergar as pessoas e o mundo em si.
Você se sente sozinho, incompreendido, invalidado, incapaz e começa a buscar formas de preencher aquele enorme vazio nas coisas erradas ou em outras pessoas.
Só que, poxa, ninguém em sã consciência deveria gostar de viver assim, inclusive eu mesma até agora.
E eu quero vencer esse padrão,  parar de sabotar coisas e pessoas que poderiam me fazer feliz de verdade e me privar de boas experiências, aprendizados, que afinal são coisas que eu estimo bastante.
Quando a gente quer sair de uma coisa crônica assim é preciso disciplina e persistência,  nada muda da noite pro dia e coisas acontecem todo o tempo, mas é preciso querer mudar.
No meu caso eu espero crescer,  de verdade.
Aprender a respeitar e lidar com diferenças,  a preservar o espaço que nos tornam únicos.
Ser feliz.
Espero poder dizer que acima de qualquer dor que tenham me feito passar, da minha história e infância,  da solidão, eu consegui sobressair e ver o mundo com olhos de alguem que foi renovada.
E sabendo que assim como eu, tem muito mais gente assim por aí eu quero poder fazer algo.
Só, ser eu mesma, livre dos padrões e com todas as minhas loucuras mas acima de tudo ser alguém com coisas positivas a acrescentar a vida das pessoas com quem me importo e na minha própria vida.
Quando penso em mim daqui um ano me vejo deitada na grama verdinha de um parque, escutando ao longe o som de algumas crianças brincando, um livro de poesia apoiando a cabeça,  os cachos bagunçados pelo vendo, só... rindo despreocupada.
Acho que pela primeira vez eu me vejo numa perspectiva feliz, então algo realmente deve estar mudando.
É um longo caminho daqui pra frente, e esse é só o começo do resto de meus dias, muito ainda está por vir!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O que ninguem entende é que eu procuro, eu preciso sentir algo que não seja dor, ao menos durante um maldito momento do meu fodido dia.
O que não entendem é que quando finjo estar bem e digo que quero ficar sozinha, na verdade eu não quero.
E em silêncio ocasionalmente, fecho os olhos, imagino como seria você me pedindo pra ficar.
Eles também não sabem que em vão eu tento parar de te escrever essas cartas todos os dias.
E que secretamente, mesmo fingindo não me importar, eu desejo com todo o coração que as minhas palavras signifiquem algo pra você.
É dor, dor e bagunça, e ninguém vê que eu só quero apertar o botão desligar, te levar daqui e fugir.