quinta-feira, 19 de junho de 2014

Uma boa viagem.

Um vício ou virtude.
Uma droga, um doce.
Fascina, cativa, liberta.
Enquanto escuto, só consigo pensar no agora, no desejo maior por mais um pouco disso.
Mais cinco minutos de sol e céu azul.
Mais cinco minutos da sua atenção.
Ela suspira longamente.
Uma voz encantada.
Todas as suas variações e tons são notas que inspiram as fábulas mais complexas.
É uma divindade, agora mais distante que o horizonte.
Condenando meu destino.
Fecho os olhos, meu mundo girando na gota de um segundo e de repente estou a seu lado, completa.
Nós temos tudo aqui. Não somos como um "nada".
Somos duas estrangeiras realizadas.
Com a ponta dos dedos esbarro de leve no seu cabelo e ela ri. Eu também.
Sinto seu cheiro, como o de milhares de flores atingindo em cheio as batidas não ritmadas do meu coração.
Meu corpo estremece, como milhares de estrelas em explosão
Eu paro. Não respiro, não posso nem consigo.
Estou completa, ali ao seu lado.
No instante seguinte a realidade me puxando de volta, meu pesadelo começa.
Desesperada seguro sua mão que se perde nos lençóis brancos de algodão.
Não há tempo para despedidas, tento murmurar "Amo te, através da eternidade"
Minhas palavras tocam o nada e voltam, estridentes me ferem os ouvidos. Sou apenas uma infeliz solitária.
Estou de volta e ela se foi.
É a realidade, a porta da minha prisão.
O fim de um dia, começo da noite, talvez alguma hora da madrugada e sou novamente incompleta.

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